Matéria – 13/11/09 – O discurso do Outro

 

                      O discurso do Outro 

Prof. Ms.   Myriam Marques


O grande filósofo Heráclito de Éfeso (504-500 a.C),num tempo que se vai longe, defendia a tese de que no mundo tudo è movimento. Sábia conclusão! Neste constante movimento que circunda a vida e as relações do homem com seu meio, percebe-se a forte apatia cristalizada no discurso capitalista que atinge o elemento humano evidenciando o caráter racional da dominação moderna em detrimento do diálogo subjetivo expresso pela lógica do amor, da amizade, da confiança e da solidariedade.
“Hoje é recorrente ouvirmos conselhos do tipo: “não se preocupe”, “Isso è assim mesmo” ou,” Isso é natural”, ‘Política é assim, vale tudo”, “Quem tem pena do coitado, toma o lugar dele”. ‘Boca fechada não entra mosquito”. Infelizmente, neste artefato simbólico do DOMÍNIO DO DISCURSO DO OUTRO, conjugam-se com veemência os verbos: TER e PODER: se eu tenho, eu posso!!! A lei que impera é a lei “da mais valia”, onde no contexto do mercado “livre” operam-se toda sorte de negociatas que monopolizam e controlam as forças que dominam os indivíduos, desumanizando-os.

Neste hipermercado cuja lógica do capital é a bandeira-mor, transitam os sujeitos estáticos, mórbidos, indiferentes que acreditam na sombra refletida (como no mito da caverna), e não pensam, apenas seguem!!!O grande lance é o lucro, não importam os caminhos. Compram-se espécies, as mais variadas: votos, prestígio, amigos, vereadores, empresários, a mídia e até a fé! Vende-se: o silêncio, a omissão, a cegueira, o apoio, a confiança. Trocam-se: favores, amores, interesses, posições, funcionários efetivos por comissionados (estes são mais controláveis), e até as cores da cidade. Neste mercado também é permitido rifar. Rifam-se as áreas públicas, o perímetro urbano… A cidade!!!

Neste mercado partem as massas, proclamam a segregação entre aposentados e pensionistas, sorteiam vidas…, anos de trabalho…!!! E tudo isso é determinado como sendo NATURAL! Os princípios da sabedoria como: duvidar, criticar, questionar, decidir foram substituídos pelo conformismo e pela inércia. Neste mercado, não há espaço para os IDEALISTAS, SONHADORES. Estes são diagnosticados como loucos, problemáticos, difíceis, anormais e, devem ser extintos das prateleiras. Felizmente, até as pessoas mais loucas têm seu momento de lucidez. Kant afirma: “Ninguém pode obrigar-me a ser feliz à sua maneira” Assim, continuaremos lutando entre a razão e a emoção, o sonho e a realidade, o ceticismo e a crença, o niilismo e as pulsões, o medo e a coragem, a pressão psicológica e a liberdade de expressão. Seremos autores de nossas próprias histórias. Jamais desistiremos dos nossos sonhos!!!

Prof. Ms. Myriam Marques

Presidente do Conselho Municipal de Previdência Social

 

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