CLARISSE E MARIA CÂNDIDA
Vale a pena lembrar o que comemoramos no dia 8 de março. Em 1857 as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, foi induzido um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher”. De então para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma em todo mundo. Esta celebração deve chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher. A violência hoje continua, muitas vezes de forma velada, mas sempre discriminatória.
Na prefeitura de Anápolis, 150 anos depois, as Servidoras da área da saúde da prefeitura tiveram até 20 dias cortados, sem qualquer critério, em seus salários no mês de fevereiro, por terem aderido à greve em dezembro, pelo direito legítimo de receber seus salários em dia. Ampliando a irregularidade do ato, estes cortes não foram feitos no pagamento do mês de dezembro, mas junto ao pagamento do mês de fevereiro. Vale lembrar que esta greve não foi decretada ilegal e, portanto os cortes não poderiam ter sido realizados. E a pergunta que não cala: Porque a administração não utiliza o mesmo peso e medida a ela própria e começa a se punir pelos atos constantes de desobediência às Leis?
No dia 7 de março fui agraciada pela Vereadora Dinamélia Ribeiro pelo dia da mulher. Nesta oportunidade, bastante emocionada, dediquei esta homenagem a todas as Servidoras Públicas que estão sendo submetidas a situações de perseguição, desrespeito e desvalorização. Mulheres guerreiras que lutam pelos direitos de toda a categoria. Quero nomear a querida, Clarisse Antonia de Oliveira, que estava lotada na área de serviços gerais da infra-estrutura e que sempre esteve conosco em todas as manifestações. Por isto mesmo e apesar de todas as tentativas feitas, foi transferida para o mercado do produtor como retaliação da administração ao seu trabalho sindical. Dediquei também a pensionista Maria Cândida, que procurou o Sindicato, pedindo socorro por estar perdendo a sua casa financiada em virtude dos atrasos de repasses da prefeitura, que já somam cinco meses.
Acompanhando a CEI (Comissão Especial de Investigação), a cada novo depoimento podemos perceber que muitos atos administrativos caracterizam improbidade administrativa e má versação do dinheiro público. Estas práticas devem ser condenadas e extirpadas, pois estão comprometendo o desenvolvimento do município. Observamos que a atenção e participação da comunidade tornam-se um ato de cidadania imprescindível para a mudança de nossa história administrativa, pois o abandono em que a “Cidade de Ana” se encontra é conseqüência desta má gestão administrativa. Acompanhe você também este momento em que nossa cidade busca renascer fortalecida e passada a limpo.
Regina de Faria Brito
Presidente
SINDIANÁPOLIS
SINDICATO DOS FUNCIONÁRIOS E SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE ANÁPOLIS
www.sindianapolis.org