Matéria – 30/01/09 – Planejamento e Diálogo

PLANEJAMENTO E DIÁLOGO

Ainda não completamos o primeiro mês do governo eleito para o pleito 2009-2012 e já podemos perceber uma abertura dada à sociedade civil organizada. Após três dias da solicitação do Sindianápolis para uma primeira reunião, fomos recebidos no dia 15 de Janeiro no gabinete do Prefeito Antonio Gomide. Em sua fala, houve a garantia de que os problemas serão discutidos amplamente buscando sempre o entendimento.

Posteriormente no encontro do Prefeito com um número expressivo de representantes dos feirantes da cidade, que aconteceu no Feirão São Jorge, a coerência em relação a esta questão também pôde ser observada. Nesta oportunidade o Prefeito sugeriu a organização da classe em uma Associação, para direcionar democraticamente os anseios desta categoria. Tudo isto demonstra a necessidade das entidades se fortalecerem através de uma organização independente, mas abertas ao diálogo tendo em vista a busca de um novo modelo de gestão administrativa.
Não posso deixar de lado as impressões que vieram do meu retorno à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável – SEMDUS, meu local de origem da qual estive afastada por perseguição desde 2004. Ao ter acesso ao que sobreviveu do material produzido da área de planejamento urbano durante vários anos, hoje resumido a caixas emboloradas pelo tempo, observei que as ações ali programadas também ficaram estacionadas. Prova disto é que o material produzido pela equipe técnica que elaborou o plano estratégico da área urbana para o atual governo municipal, da qual participei voluntariamente, possui muita semelhança muito grande com o material encontrado e que vem sendo produzido mandato após mandato sem efetivamente ser concretizado. Este fato, com certeza trouxe uma indagação presente sempre a cada início de um novo governo: “Será que agora vai ser diferente???”

A certeza reside no fato de que quem mais perde pela descontinuidade de ações administrativas é a população e neste momento preciso, a esperança situa-se no uso intenso do termo “Planejamento” nas propostas do Prefeito eleito. A população, mesmo de forma inconsciente, já está cansada de improvisos e ações ditas como “espontâneas” principalmente referentes ao processo de produção do espaço urbano e social. Mais cansados, ainda, estão em relação ao desvio de recursos públicos. As intervenções administrativas ao longo de tantas gestões administrativas têm sido dispersas não programadas e com denúncias seriíssimas de corrupção. Desta forma o preço pago em virtude da ausência de planejamento e dos processos ilícitos têm sido os altos custos para urbanização dos espaços públicos, carência de equipamentos, infra-estrutura e serviços, dentre outros.

Através do estabelecimento de uma política planejamento urbano respaldado em um sistema de pesquisa e informações, os investimentos municipais poderão ser direcionados objetivando a melhoria e eficiência das ações administrativas em busca de qualidade de vida para toda a população.
Ainda neste binômio, diálogo e planejamento, membros da diretoria do Sindicato foram muito bem recebidos, mais precisamente no dia 29, pelo Secretário Municipal de Planejamento e Fazenda. A conversa sobre temas bastante polêmicos transcorreu de forma tranqüila e profissional. Enfim estamos tendo uma experiência positiva e sem traumas na condução de negociações democráticas.

Se por um lado, enquanto presidente do Sindicato tenho trabalhado em conjunto com a nossa diretoria pela valorização efetiva dos servidores através, prioritariamente, da aprovação de um Plano de Cargos e Salários, enquanto arquiteta urbanista que sou, contemplo a possibilidade de avançar com ações efetivas que transformem nossa realidade urbana, objetivando o resgate da qualidade de vida para toda a população. E que os anjos digam Amém.

 Regina de Faria Brito
Presidente SINDIANÁPOLIS
www.sindianapolis.org

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