Matéria – 25/12/09 – O custo da corrupção

O custo da corrupção

 

                                             

                                   Neste último dia 21 de Dezembro a comunidade goianiense e anapolina foi convidada a participar de um ato público em Goiânia contra a violência e a favor da paz motivado, principalmente pelo recente assassinato de dois jovens extirpados de nosso convívio de forma violenta no auge de suas vidas. Ele, Pedro Henrique Queiroz um bacharel em Direito de 22 anos executado por um PM no bairro Jardim América em Setembro de 2008. Ela, Pollyana Arruda Borges, anapolina que cresceu em nosso meio, estava com 26 anos de idade, recém casada, publicitária de sucesso, linda, criativa e cheia de vida foi seqüestrada em uma manhã do dia 23 de setembro de 2009 ao chegar à PUC – Pontifícia Universidade Católica de Goiás no setor Jardim Goiás em Goiânia para proferir uma palestra e foi brutalmente assassinada na mesma manhã.

                  Embora conhecido o autor da execução de Pedro Henrique ainda não houve punição e o caso de Pollyana está seguindo o mesmo caminho de tantos assassinatos esquecidos nos arquivos policiais. A manifestação reuniu centenas de amigos e pessoas solidárias às famílias e iniciou com uma caminhada saindo da Avenida T2 na altura da Avenida T8 de onde seguiu até o Parque Vaca Brava, no Setor Bueno. Nas camisetas com fotos dos jovens, nas faixas e cartazes, nas palavras de ordem, na expressão dos manifestantes podíamos sentir a indignação, principalmente pela impunidade e pela inoperância da polícia em situações que, infelizmente, estão se repetindo e acabam na maioria das vezes alimentando a proliferação da violência em todos os níveis. Ao observar a dor visivelmente estampada nas feições dos pais podemos imaginar o coração dilacerado e a alma ferida por um ato inexplicável e que deve ser combativo veementemente por toda sociedade.
                  A que ponto nossa humanidade chegou? Muitos pensadores ensaiam teorias sobre as questões que envolvem a violência e em muitos casos vinculam sua proliferação à impunidade frente aos diversos atos de corrupção. Este, talvez, seja o mal do século pelo menos para alguns países dentre eles o Brasil. Nosso histórico com certeza não está a nosso favor e por isto é fácil encontrar argumentos que afirmem que o Brasil é um país intrinsecamente corrupto e que a predisposição à corrupção está em nossos genes herdado de nossa colonização. Os números não nos ajudam, pois em recente relatório anual de governança produzido pelo Banco Mundial (Bird) sobre o nível de corrupção, nosso país está em nível inferior ao que se encontrava quando a entidade multinacional começou a fazer o estudo, em 1996. O mesmo relatório afirma que a corrupção é, sem dúvida, um dos maiores problemas enfrentados pelos países, pois: “O custo da corrupção mundial é estimado em US$ 1 trilhão por ano, e o ônus da prática recai de maneira desproporcional sobre o bilhão de pessoas que vivem em extrema pobreza”.
                  A prática tem demonstrado que não tem como deixar de vincular a violência urbana à corrupção política que transita no nosso dia a dia.  Observamos com olhos atônitos as denúncias dos atos corruptos de deputados, prefeitos, senadores, policiais e etc. e, no entanto nada acontece. Somado a isto existe o fato das leis penais brasileiras não serem eficientes, nem suficientes no combate à corrupção conduzindo a sociedade a um estado de apatia e descrédito que por sua vez alimenta ainda mais a impunidade.

                  No percurso trilhado pelo ato público muitas pessoas externavam sua indignação e o pessimismo perante a possibilidade de que aquela manifestação pudesse alterar  alguma coisa da atual conjuntura da violência urbana. Com certeza a mudança não vai partir da superestrutura e por isto a mobilização torna-se o instrumento da sociedade externar sua indignação e dar sua contribuição para transformar esta realidade. Isoladamente não vamos conseguir avançar, mas sim coletivamente e nada mais propício do que fazer renascer na semana do Natal a esperança na ética, na justiça e na verdade.

Regina de Faria Brito
Presidente SINDIANÁPOLIS – www.sindianapolis.org

 

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