PAI, AFASTA DE MIM ESTE “CALE-SE”.
Após a consumação do pecado original e a expulsão de Adão e Eva do Paraíso tem início a degradação humana na terra. Caim matou Abel. Estevão foi apedrejado, Tiago foi decapitado. O Apostolo João foi lançado numa caldeira de azeite fervendo. Jonh Hooper foi condenado á fogueira. Dietrich Bonhaeffer(Teólogo Alemão), foi enforcado por opor-se a Hitler. Ivam Moiseyev morreu espancado na prisão – única maneira de conseguir fechar a sua boca-. O Holocausto adotado pelo regime Nazista exterminou milhões de pessoas que faziam parte de grupos políticos indesejados: Judeus, homossexuais, ciganos, prisioneiros de guerra, ativistas políticos, membros da elite intelectual, sindicalistas, pacientes psiquiátricos e criminosos comuns. Morreram aproximadamente 40 milhões de pessoas.
Segundo Aristóteles e Platão, a marca da tirania é a ilegalidade, ou seja, a violação das leis e regras pré- estabelecidas pela quebra da legitimidade do poder, sobrepondo-a as conveniências para a perpetuação deste poder.
Neste contexto, o tempo histórico revelá-nos uma infinidade de outros exemplos evidenciando o caráter individualista das criaturas humanas que, ao serem tomadas de um poder por menor que seja, tendem automaticamente a pisotear seus desafetos ou aniquilar todos quantos se opuserem aos seus mandos e ditames. É que, as ações visíveis ocultam interesses invisíveis. O aparente esconde intenções que passam despercebidas aos olhos. Calam-se as vozes da verdade. Distribuem as máscaras… Quantos palhaços!!! Quantos Pierrôs e Colombinas!!!
Ao longo da história,alguém precisou morrer para que a justiça fosse conquistada, ainda que superficialmente. Alguém precisou levantar-se contra as opressões e opressores. Alguém precisou estar alheio às bajulações nojentas que cercam os príncipes do poder. Alguém precisou falar, duvidar, questionar a ordem das coisas. Negar-se à obediência cega, embora reconheça que é preciso respeitar a hierarquia. Alguém precisou mostrar que “Não importa quão delicada seja uma situação, sempre haverá os dois lados” Alguém precisou sofrer para que houvesse paz entre os homens.
Nesta cidade, alguém precisou e precisa lutar pelos Funcionários Públicos, alguém precisou e precisa lutar pelos aposentados, alguém precisa saber que a situação do ISSA vai mal. Alguém precisa saber que a contratação de novos cargos comissionados irá causar prejuízos ao Instituto em um futuro bem próximo. Só que as pessoas que se dispõe a lutar pelos outros sem interesse, acabam por fazer parte da imensa lista de mártires e perseguidos da história.
De tudo isso ficam as palavras de Maquiavel (1513) “Todos sabem quanto é louvável um príncipe cumprir a palavra empenhada e viver com integridade e não com ardis. No entanto, os fatos provam que houve príncipes que realizaram grandes coisas e não deram nenhum valor à sua palavra, e que , pela astúcia, ludibriaram os homens e suplantaram os que agiam com lealdade”
Pela lógica e pelo conhecimento histórico dos movimentos humanos em busca da igualdade, vê-se que não importa qual seja a luta, esta, nunca será vista com bons olhos. A lei social prega o silêncio e o conformismo em relação ao estabelecido pelos poderes institucionalizados. Quem pouco fala, lucra mais e conserva-se intacto. Quem enfrenta, é subjugado e sumariamente condenado. Não há meio termo. Não há benevolência em favor dos insurgentes. Resta-nos confiar em Deus e suplicar: Pai, afasta de mim este cale-se!!!
Prof. Ms. Myriam Marques
Presidente do Conselho Municipal de Previdência Social