Matéria – 25/02/09 – O ideal e o real na educação – Uma questão de linguagem

“O IDEAL E O REAL NA EDUCAÇÃO – UMA QUESTÃO DE LINGUAGEM

 

                Partindo do pressuposto de que o homem é um ser social é evidente que este, necessita interagir-se com os demais para tornar-se completo. Nesse conjunto, fica claro compreender a mágica operacionalidade da linguagem como meio imprescindível de ligação do homem com o homem e do homem com o meio.
Segundo o psicanalista Jaques Lacan (1970), o homem é formado de e pela linguagem. O que significa afirmar que somos constituídos e construídos a partir da linguagem. Somos produtos do tipo de linguagem a qual nos submetemos. Esta formata e formula o nosso inconsciente, processo que se dá do nascimento até a formação da identidade do indivíduo.
Neste horizonte em que caminham personagens e personalidades, somos postos como que no “mito da caverna”, à sombra de um poder capitalista, com sua linguagem universal capaz de dominar a verdade e impô-la impreterivelmente ao homem. Esta embarga a totalidade das ações humanas.  Vinculado ao binômio “ser ou não ser” contempla-se o viés dialético em que o “ser” foi substituído pelo “ter”. Assim, somos o que temos e não temos o que somos.
O mito da caverna é uma metáfora da educação do olhar, capaz de transportar o homem para fora do senso-comum e dar a ele a oportunidade de contemplar a beleza das diferenças, o conhecimento que ilumina, a aprendizagem que se dá a partir do outro e produz crescimento mútuo.
Neste contexto vale ressaltar que o conhecimento é a visão do “Bem”, a visão que revela o ser, que o transporta da dimensão do oculto e do esquecido para a luz e o compreensível.
Diante do exposto, questiono: “A serviço de quem está a educação? Que linguagem está sendo aplicada pelos principados e potestades responsáveis por fazê-la acontecer de “modo eficaz?”
Anápolis vive hoje– assim como o mundo – à sombra do capitalismo, sufocada pelos poderes alienantes e alienados. No entanto, vislumbramos resquícios de luz no final do túnel. Ansiamos por uma cidade melhor e “mais igual”. Cremos em uma educação que construa uma humanidade e, não a desumanização dos indivíduos. Temos aí uma nova linguagem sendo construída. Um novo governo sendo implantado sensível às questões humanitárias, conhecedor dos problemas sócio-econômicos e culturais de nossa cidade. Sairemos, pois da caverna ? Cremos que sim.

                É possível construirmos juntos a mesma linguagem: a linguagem do amor que rejeita a alienação necrófila que petrifica a alma e endurece o coração.
Temos o dever de nos indignar, não podemos viver à sombra dos velhos poderes, implantados pelas políticas da manutenção da velha ordem.
Bertold Brech (1979) escreveu sabiamente as seguintes palavras: ”Não digam nunca que isto é natural. Numa época em que o arbitrário tem força de lei. Em que a humanidade se desumaniza”.
Urge construirmos uma linguagem coletiva em que as individualidades sejam respeitadas. Sejamos no mínimo “humanos” enxergando olho no olho e não vendo apenas sombras refletidas. Façamos uso da linguagem do philos (amor),em uma sociedade marcada pela “razão instrumental” (metáfora construída pelos filósofos da Escola de Frankfurt) em que a razão torna-se simplesmente instrumento para se atingir algum fim.
                A grande expectativa de todos que fazem parte da vida desta cidade é ver o progresso ascender em todas as áreas, é participar conscientemente do processo que move a esfera política social do município.É colaborar na construção de um espaço em que todos possam conviver e produzir  o caminho para fora da caverna.

Professora Ms. Myriam Marques

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