Matéria – 23/12/05 – Natal em Paz

SINDIANÁPOLIS

SINDICATO DOS FUNCIONÁRIOS E SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE ANÁPOLIS

Presidente: Eney de Faria Araújo

 

 

NA TERRA DO FAZ DE CONTA

Por Regina de Faria Amaral Brito.

 

 

Na infância, todos nós aprendemos a brincar de faz de conta , é uma brincadeira inocente que alimenta a imaginação e a criatividade. Fazemos de conta que somos reis e rainhas, heróis, adultos e até imortais. Essa brincadeira que aprendemos com os pais e professores nos prepara para enfrentar as futuras dificuldades da vida. Fantasiar é fundamental para viver. A realidade é dura, mas aprendemos a fazer de conta que o mundo é perfeito e que nada de ruim está acontecendo.

 

Infelizmente o momento político brasileiro está reproduzindo esta prática para o mundo de “gente grande (?) que tem o poder de governar a vida de milhões de pessoas”. Pessoas que estão demonstrando uma inabilidade para lidar com os reais problemas e aí ficam no mundo do “faz de conta”.

 

Fazemos de conta que a cidade se transformará na cidade que queremos .

Fazemos de conta que acreditamos nos nossos políticos e que eles defendem os nossos interesses, afinal, foi para isto que o elegemos.

Fazemos de conta que eles estão atentos na defesa do patrimônio público.

Fazemos de conta que a imprensa é neutra e isenta.

E por aí vai…

 

E segundo a lenda, no último dia 10 de Abril os vereadores por unanimidade aprovaram o projeto do “choque de congestão”, desculpem de “gestão”, com apenas duas ressalvas de vereadores que de forma bastante acanhada tiveram uma pequena reação ao lembrar que com os números aprovados muito pouca coisa mudará. De qualquer forma agora temos mais é que fazer de conta que acreditamos e que a historinha contada tenha o final proclamado. Devemos exigir que os salários sejam pagos em dia e que finalmente o funcionário efetivo seja valorizado como o comissionado que recebeu nesta brincadeira, em alguns casos, um aumento de até 60% (de R$ 2.500,00 passou para R$ 4.000,00).

 

Vamos também, fazer de conta que a saúde não está na UTI e que o Hospital Municipal, enquanto única alternativa da população carente, não virou um posto de saúde. Vamos fazer de conta que não sabemos da denúncia de desvio de verbas públicas da saúde para hospitais particulares (para quem?). Apenas no mundo do faz de conta podemos aceitar um silêncio mórbido sobre um assunto tão estarrecedor.

 

Em uma sociedade real e democrática o brado alto romperia este silêncio intrigante:
Saúde na UTI exige CPI ,

e com certeza teria ressonância, mas na terra do faz de conta este grito tropeça na consciência da hipocrisia e justifica a falta de transparência e verdade.

 

De qualquer forma, eu sei que vão fazer de conta que não leram esse texto (embora sempre sobre uma retaliação) e eu vou fazendo de conta que alguém leu, entendeu e concordou.

 

 

 

 

 

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