Matéria – 19/05/07 – Cada um fala do que mais precisa

CADA UM FALA DO QUE MAIS PRECISA

 

Em abril a família SindiAnápolis cresceu com o processo de sindicalização dos aposentados , objetivando principalmente a ação de cobrança dos salários atrasados que em alguns casos chega ao numero absurdo de 12 meses. A partir das deliberações da assembléia do dia 8 de maio, o Sindicato foi autorizado a ajuizar estas ações e solicitou que cada aposentado pedisse ao Instituto de Previdência – Issa um documento definindo os meses e os valores dos salários em atraso. Os aposentados que chegaram no início da semana na sede do sindicato relataram a mesma historia. Ao chegarem à recepção do Issa eram submetidos a um terrorismo através de ameaças: caso entrassem na justiça. E o prefeito pagasse, eles não receberiam os salários junto com os demais, mas iriam esperar a decisão judicial.

Interessante esta ameaça partir do Issa que deveria ser o Instituto do servidor, no entanto, hoje não passa de uma secretaria municipal. Mais inusitado ainda é pensar no fato de que quem libera as verbas devidas ao instituto é também quem nomeia o presidente do instituto e, portanto pessoa de sua confiança. Infelizmente a solução dos problemas do Issa não se restringe a esta questão, mas com certeza este aspecto reflete os equívocos da política previdenciária do município.

Somos envolvidos por um sentimento de revolta ao ouvir um aposentado que recebe R$ 340,00 de provento mensal dizer que pegou empréstimo no Banco do Brasil para pagar o IPTU e como a prefeitura não honrou seu compromisso de pagar em dia, hoje o seu salário vai quase à totalidade para pagar juros deste empréstimo. Esta dura realidade e tantas outras, partilhadas por inúmeros outros aposentados, no mínimo deve nos levar à indignação e este sentimento, nascido de nossas entranhas deve alimentar nossas mentes conduzindo-nos para uma ação transformadora. Com certeza a forma como lidamos com as pessoas mais idosas revela os preceitos morais que orientam nossa conduta em relação ao mundo.

Esta situação acontece em um cenário administrativo permeado por um clima decorrente de um altíssimo índice de 75% de rejeição ao prefeito, constatado em pesquisa da empresa Voga publicidade. Se ouvissem apenas os servidores este numero, com certeza seria de 100%. Buscando se recuperar dos efeitos nocivos de sua colheita, a administração lança ações conjuntas nos bairros da cidade denominadas “o arrastão da paz”.

O jargão escolhido não poderia ser mais irônico. A paz pode ser definida como um estado de calma e tranqüilidade com ausência de perturbação ou agitação. Para o plano pessoal designa um estado de espírito isento de ira, desconfiança e de um modo geral de todos os sentimentos negativos. Para o plano social é a convivência harmoniosa com as diferenças em uma comunidade.

Alguém consegue encontrar algum destes atributos nas ações governamentais? Então avisem ao mentor da grande idéia que este arrastão deve iniciar em casa, junto ao servidor, representado por uma mudança radical da política administrativa. A guerra instalada iniciou com as ações dos cortes de direitos, atrasos sistemáticos de pagamento, promessas não cumpridas, perseguições, bombardeios verbais, descontrole emocional, desvios de verbas com finalidade ao Issa, etc. e etc.

Basta buscar nos arquivos de fevereiro deste ano, da emissora líder de audiência de nossa cidade e encontrarão alguns secretários municipais declararem abertamente que estavam vivendo um estado de guerra contra os servidores que fizessem sombra à administração. Anunciaram perseguições, atos administrativos e efetivamente assumiram um terrorismo interno que já vinha sendo denunciado pelo Sindianápolis.

Esta historia me reportou a workshops realizados na Cidade da Paz em Brasília com o Psicólogo Transpessoal, Pierre Weil. Escritor de renome internacional e mentor do programa “A arte de viver em paz” premiado e aplicado em várias partes do mundo em conjunto com a Unesco – onde ele afirmava que sempre falamos do que mais precisamos. Deste preceito pode-se afirmar que Anápolis em seu centenário precisa sim de paz, pois o jargão escolhido está justificado pela ausência total dos princípios da paz nas ações administrativas.

E então, existe alguém que acredita na veracidade deste arrastão da paz?

 

Regina de Faria Brito

Presidente

SINDIANÁPOLIS

www.sindianapolis.org
Na Rádio Manchester – segunda-feira às 9:00h.

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