Matéria – 18/09/09 – Natural é fazer o bem sem olhar a quem

Natural é fazer o bem sem olhar a quem…

Prof. Ms.   Myriam Marques

Na complexa teia das relações humanas operam-se os mais variados papéis que se entrelaçam compondo a mágica sinfonia do conviver. Na história correlativa da alma humana podem-se guardar algumas referências essenciais que estão ligadas a uma série de efeitos positivos ou negativos os quais ou promovem a felicidade ou desencadeiam traumas irremediáveis. A grandeza do ser humano está em equilibrar-se entre os pólos antagônicos que circundam o enigmático universo da subjetividade. É que dentro de cada um de nós travam-se constantes batalhas entre o que “desejamos imensamente” e a impossibilidade de não alcançarmos o objeto desejado. Os conflitos humanos surgem daí: a busca incomensurável  pela satisfação dos nossos desejos. Isso se dá em todas as esferas da vida, sejam nos campos sentimental, financeiro, profissional, social, político, religioso etc.

                       Neste contexto a dualidade está exatamente em os homens preservarem os seus espaços, manterem-se de pé na disputada arena da sobrevivência, ou acomodarem-se na platéia como meros observadores… Torcendo por verem cair seus adversários ou serem devorados pelas feras do sistema. Porém, o que mais nos choca são os meios que algumas pessoas utilizam para alcançarem os seus fins. O equívoco é que a concretização dos nossos desejos não pode dar-se através de mesquinharias. Há de ser ter coerência, princípios éticos, respeito, solidariedade, compaixão e acima de tudo amor pelo outro.
Na verdade, estamos vivendo uma superficialidade romântica camuflada. Uma falsa religiosidade que impregna e encarcera a alma. Estão mistificando valores e comercializando sentimentos e homens numa troca muito mais nociva que as trocas políticas. Nunca se viu tanta carência numa sociedade que apregoa felicidade através daquilo que se tem em valores econômicos. Nunca o homem foi tão conivente com os atos arbitrários, passivos diante da violência, acostumados ao desamor, à falta da verdade, patéticos diante das injustiças.
Bertold  Brecht, por sua vez nos adverte para o risco da normalidade que vem contaminando os indivíduos. Por isso afirma: “não diga nunca: isso e natural  diante do arbitrário e dos  horrores cometidos no âmbito das esferas sociais” Em que estão se transformando os homens? Por onde anda a alegria? Quem matou a amizade? O que sufocou a esperança? Ora, ora, se tem tantos homens se dizendo cristãos e com passaportes diretos para o céu, porque será que a maldade e a frialdade humana são tão recorrentes em quase todos os segmentos sociais? É triste reconhecer que a autenticidade esta sendo abatida na grande arena das relações humanas.
No entanto, reconheço e agradeço a Deus por ainda existirem homens e mulheres que lutam para que vida tenha prioridade sobre a morte da esperança. São seres que amam as virtudes e apostam no itinerário da positividade. Que debatem, criam novas possibilidades, investem no humano sem prender unicamente em seus interesses individuais. Recusam-se ao adestramento e à mecanização dos homens. Nesse conjunto destacam-se os poetas, os artistas, os homens e mulheres de fé e todos aqueles que dedicam parte se suas vidas ajudando os menos favorecidos, marginalizados pela cultura do “TER”. É bonito ver pessoas reunirem-se voluntariamente em um “conselho” para defender os interesses dos aposentados. É louvável ver pessoas à frente do sindicato dos funcionários públicos lutando por uma classe tão sofrida e discriminada.
É dignificante saber que entidades lideradas por homens e mulheres de boa vontade prestam auxílio aos doentes, aos órfãos, aos velhos e às crianças abandonadas. É confortante saber que existem organizações não governamentais que lutam contra a descriminação  e outros que defendem o meio ambiente e a preservação de nossas nascentes. É surpreendente reconhecer que um homem /político de An investe parte de seus proventos de “deputado estadual” para matar a fome de boa parte de nossa população mais carente, oferecendo talvez o único alimento que terão a oportunidade de comer naquele dia! Que colabora com obras sociais desenvolvidas no contexto das entidades religiosas e filantrópicas de nossa cidade e região. É tão somente ao lado destes homens e mulheres que queremos estar. Ao lado da esperança numa sociedade menos desigual. Onde possamos ser autênticos, livres, solidários e bem mais felizes, independentes e autônomos. É em favor disso que sempre levantaremos nossa bandeira e pomos nossa fé!

Prof. Ms. Myriam Marques

Presidente do Conselho Municipal de Previdência Social

 

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