Matéria – 16/06/07 – No salão do cabeleireiro

NO SALÃO DO CABELEIREIRO

 

A historia é pródiga em fatos decisivos que tiveram a ajuda de conversas protagonizadas em salão de cabeleireiro. As conversas são em ritmo frenético, talvez por competirem com o barulho ensurdecedor dos secadores de cabelo. Tenho freqüentado um salão onde o profissional é afeito a conversas sobre política e se diz amigo intimo de governadores, deputados e vereadores. Numa dessas conversas me disse que vai ser candidato a vereador no próximo pleito, só não sabe ainda por que partido. O tema sobre sua candidatura passou a ser freqüente e em uma das vezes ele perguntou a minha opinião. Em conformidade com meu temperamento tendente a franqueza, às vezes desmesurada, respondi que eu não entendia porque as pessoas tinham que se submeter a um processo de aprendizado que lhes forneça a competência necessária a responder profissionalmente pela maioria das capacitações sociais. No caso da política basta ter um padrinho, de preferência com cacife financeiro para ser eleito a cargos que vão definir os caminhos da coletividade. Desde que coloquei o “pé nesta estrada elameada da ação política”, tenho observado que a maior crise que enfrentamos hoje no país é a da moralidade e ética na política. A corrupção, no meu entendimento é a maior doença social, responsável por vários outros desvios. O político ao assumir o poder tem uma crise súbita de amnésia e faz questão de confundir o público com o privado e literalmente todas as áreas públicas passam a ser o quintal de sua propriedade (em Anápolis, citando só dois exemplos: o mercado do produtor e mais recente a intervenção na Praça Cônego Trindade).

Não apenas na nossa centenária cidade como em todo o país e com raras exceções, os políticos dos diversos níveis têm envergonhado sua categoria. Desta forma, algumas teorias são lançadas buscando uma explicação sobre a nossa falta de sorte em relação aos representantes escolhidos. Têm quem diga que existe uma cabeça de burro enterrado em algum local desconhecido na cidade, outros dizem que é carma espiritual, mas nenhuma tese justificou as repetidas escolhas de políticos com transtornos de personalidade que tem comprometido nossa trajetória rumo aos 100 anos.

Enquanto o cabeleireiro continuava a executar com maestria a sua especialidade, eu dizia que já passou da hora de termos um vestibular para selecionar quem está apto a ser candidato a cargo político. E a prova não seria apenas de nível intelectual, pois alguns políticos já demonstraram que dominam muito bem o nível racional, o discurso, mas emocionalmente… Por isto um teste apurado será conveniente para detectar o nível de inteligência emocional do candidato. Um laudo psiquiátrico é fundamental para que não haja surpresas quando o poder da caneta encantar o então candidato e ele dispensar as máscaras usadas anteriormente, acreditando que estão acima do bem e do mal.

Muitos já se lançam inadvertidamente candidatos a qualquer coisa e até se lançam avidamente no projeto de ampliar o número de cadeiras na câmara de vereadores. Não precisamos de quantidade, mas deQUALIDADE , pois se o nível for o mesmo da atual casa de leis, estaremos literalmente “em um mato sem cachorro” e fica a questão: – Até quando Anápolis agüentará tanto mercantilismo?

De uma forma ou de outra o SindiAnápolis já está com o pé nesta estrada e convoca seus filiados a cumprir com o prometido: vamos ser a memória da comunidade nas próximas eleições. Afinal formamos um contingente de mais de 25 mil votos diretos. E enquanto não existe vestibular para candidato a cargo eletivo vamos aprender a votar e de preferência naqueles que agem como Salomão que na possibilidade de pedir a Deus o que quisesse pediu Sabedoria.

 

Regina de Faria Brito

Presidente

SINDIANÁPOLIS

www.sindianapolis.org
Na Rádio Manchester – segunda-feira às 9:00h.

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