Sahium entra outro…
Este é o primeiro artigo que escrevo neste espaço cedido, há dois anos pelo amigo Dilmar Ferreira, como presidente LEGITIMAMENTE empossada para o mandato 2007 a 2009 do SINDIANÁPOLIS.
Fiquei em dúvida se falaria sobre o tema que norteou o discurso de posse e a esperança que vi brilhar nos olhos dos Servidores ativos e inativos na segunda-feira da manhã do dia 8 de janeiro ou do ressentimento provocado pela fala do prefeito cassado na reportagem de um jornal de circulação local, onde ele afirma que alguns representantes sindicais são ignorantes ou canalhas.
Resolvi falar um pouco das duas coisas, pois, afinal estão interligadas.
Sou Servidora Pública, contratada pela Prefeitura Municipal de Anápolis como arquiteta-urbanista, desde setembro de 1983. Em 2004 fui obrigada, por esta administração, a abandonar os projetos em prol de nossa cidade que estavam em desenvolvimento pela então Secretaria de Habitação. Inicia-se um processo de intimidação e assédio moral como jamais imaginei pudesse um Servidor de carreira sofrer e com certeza este fato me aproximou do trabalho sindical. Ao sentir sobre mim pairar a injustiça e a perseguição consegui enxergar com clareza toda a agonia e o sofrimento a que o Servidor municipal tem sido submetido.
Estes fatos não me desviaram dos ensinamentos adquiridos pela minha formação acadêmica. Nela aprendi que, primeiramente devo analisar os problemas e as potencialidades que envolvem toda situação, depois traçar um diagnóstico e a partir daí elaborar um plano que possibilite a concretização das mudanças necessárias para transformar a situação problema.
Nestes últimos 3 anos é sabido por toda a população anapolina que esta administração tem sido ineficiente e incapaz de resolver os problemas de Anápolis. A insatisfação é generalizada e como sintoma da anomalia presente podemos citar a dezena de ação de improbidade administrativa, sendo a primeira delas julgada já na segunda instância com o veredicto de cassação para o Prefeito.
Em relação aos Servidores Ativos e Inativos a situação é dramática. A política de massacre transcende os salários em atraso e chega a seu ápice através de ações claras objetivando retirar seus direitos adquiridos. Escondido no mito de que não há dinheiro em caixa para pagar o Servidor a prioridade tem sido claramente o pagamento de fornecedores. Exemplo disto foi a reação da administração a ações movidas pelo Sindicato buscando garantir o direito legal de ter prioridade ao pagamento de salários. Embora obtendo a sentença favorável ao cumprimento das diversas leis que amparam o direito líquido que o Servidor tem de receber até o quinto dia útil, através de recurso da Procuradoria Geral do Município ao Tribunal de Justiça, venceu o direito ao pagamento prioritário aos fornecedores.
Como se justifica os três meses de atraso para os Servidores da ativa e quatro a cinco para os inativos que ficam na casa dos 72 milhões anuais, enquanto os cofres públicos contam com uma receita, também anual, em torno de R$ 220 milhões? Infelizmente é esta a situação dos Servidores e que tem refletido em toda a estrutura econômica do município.
Apesar e talvez em virtude deste diagnóstico nos vimos obrigados a participar da sessão de “estado de guerra” onde a metralhadora do ódio e do ressentido do prefeito cassado cai desvairadamente sobre os diversos setores da sociedade anapolina. Sua ira insana recaiu preferencialmente sobre aqueles que estão fazendo o que a grande maioria da população gostaria de estar fazendo, denunciando e se posicionando abertamente contra as imensas irregularidades de uma administração totalmente equivocada.
Afinal quem é o canalha na história? Nós não devemos nada ao Prefeito, não fomos nós que enviamos uma carta nominal, em abril do ano passado, nos comprometendo a colocar os salários em dia e não cumprimos com a palavra empenhada, não recebemos sentença de cassação em duas instâncias, nem sentenças de mandados e ações do sindicato com pareceres explícitos de que está havendo descumprimento de leis e que caso persistirem darão razão a um pedido de intervenção do município. Deixo o julgamento à opinião pública, mas digo que se o Prefeito cassado está tão preocupado com a legitimidade da atual diretoria do sindicato deveria estar muito mais com a dele próprio.
A partir desde diagnóstico podemos concluir que nenhum plano que possa ser traçado terá sucesso se não passar pela nossa mobilização através do Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Anápolis, pois Prefeitos são como nuvens passageiras, algumas mais negras, mas todos passam e nós ficamos com o ônus das más administrações. Sahium e entra outro.
Hoje eu tenho um novo e mais um audacioso projeto de minha carreira: mostrar ao Servidor que não é trocando Prefeito que nossa situação atual vai ser transformada, mas apenas através de nossa organização e fortalecimento sindical poderemos conquistar um espaço que é nosso por direito. Neste espaço existe a dignidade, o respeito e a justiça que perdemos ao longo da história. Se todos os Servidores Municipais se unirem a nós que fazemos parte do Sindicato, Sindicato este que tem como princípio defender os direitos e interesses de todos nós, certamente estará dando passos largos para que possamos estar alterando esta história de opressão e injustiça. Sejam todos bem vindos.
SINDIANÁPOLIS
SINDICATO DOS FUNCIONÁRIOS E SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE ANÁPOLIS
Presidente: REGINA DE FARIA BRITO