Senhora Sant’Ana das Antas.
Segundo a crônica histórica regional, as primeiras penetrações no território, onde se fundou Anápolis, foram realizadas por habitantes do Norte do País, que, dirigindo-se às Províncias do Sul, percorriam a extensa faixa de terras entre Jaraguá e Silvânia. Alguns viajantes fixaram residência pelo interior, principalmente nas cabeceiras do riacho das Antas, por ser considerado um local aprazível e de “boas aguadas”. Reza ainda a tradição local que, em 1859, passando pela região da fazenda do Sr. Manoel Rodrigues dos Santos, já contando com um aglomerado de 15 casas e 1 escola, D. Ana das Dores, natural de Jaraguá, perdeu ali uma das alimárias – a que conduziu uma imagem de Sant’Ana. Depois que encontraram a alimária, os tropeiros não conseguiram erguer a mala que continha a imagem, o que levou D. Ana a interpretar o fato ocorrido como um desejo da Santa de ali permanecer. Prometeu, então, doa-la à primeira capela que ali se viesse a erguer. Em 1870 mudou-se para o lugar um homem de espírito empreendedor, chamado Gomes de Souza Ramos, filho de D. Ana das Dores. Católico fervoroso decidiu construir a almejada capela e fundar a cidade, com o auxilio dos moradores da terra e das imediações. A cooperação foi decisiva, tanto assim que, um ano depois, a obra estava concluída. De freguesia, à vila e em 1907 – Cidade de Ana. Por mais que esta historia incomode alguns grupos religiosos locais, ela se manterá viva e agregada a essência de nosso existir, mesmo porque a aglomeração iniciou e se desenvolveu ao longo do paço onde hoje ainda se encontra a igreja Sant’Ana.
Ana foi a mãe de Maria, que por sua vez se tornaria na Tradição Cristã, a Mãe do Filho de Deus. Esta gravidez surgiu como fruto da fé e da resposta de Deus aos anseios de Ana que era estéril em uma cultura que este fato era rotulado como maldição divina. No entanto o fruto de seu ventre se tornaria a flor da esperança e o veículo da realização da bem-aventurança para toda a humanidade.
Desta forma o dia 26 de Julho comemora o dia dedicado à padroeira da cidade e faz a ponte direta com o dia 31 de Julho, data da emancipação de Anápolis já transcorrido cem anos.
Como representante legítima do servidor público municipal, não posso esconder a grande frustração em ver uma festa tão esperada ser comemorada de forma tão pálida e distante daqueles que colaboraram decisivamente no desenvolvimento do município. Por obra do destino temos à frente do governo municipal um prefeito cassado e com dezenas de denúncias e processos de improbidade administrativa. Sei também que este é o sentimento de mais de 80% da população e que tudo isto vai, lastimavelmente, ficar registrado na grandiosa historia do município.
Quero nesta coluna buscar resgatar e homenagear todos os servidores que independente das “qualidades” do prefeito em exercício, seja nomeado, seja eleito, dedicaram toda uma vida trabalhando valorozamente e contribuindo com seu suor para a construção da historia deste município. Nem mesmo os inúmeros sofrimentos causados pela desvalorização e desobediência às leis que garantem os direitos dos servidores comprometeu o amor que norteia o trabalho de cada um em prol de uma cidade melhor.
Minha esperança pessoal está na consciência de que o momento mais sombrio de todo o anoitecer é pouco antes do alvorecer e por isto, sei com toda a convicção, que esta grande nuvem negra que embota nossos sentimentos mais preciosos vai passar e nossa terra das Antas vai sobreviver embora encardida, mas fortalecida e amadurecida para continuar sua trajetória vitoriosa, sob a proteção constante de Sant’Ana, a Mãe da Mãe de Deus.