OLHARES DE NOSSA HISTÓRIA
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No último dia 30 de Novembro estive no gabinete do Prefeito Antonio Gomide acompanhando a equipe da SEMDUS (Secretaria de Desenvolvimento Urbano Sustentável) para apreciação do projeto de revitalização da Praça Bom Jesus. Embora eu faça parte da área de planejamento urbano da secretaria meu envolvimento com este projeto remonta ao ano de 2007 quando fui convidada, representando o Sindianápolis, pela Associação Comercial e Industrial de Anápolis – ACIA e o Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis – SICMA para compor a equipe técnica de voluntários para o desenvolvimento de um projeto de intervenção na área central da cidade, tendo em vista sua revitalização e buscando um modelo de acessibilidade a todos os cidadãos anapolinos.
O projeto representa um presente destas entidades para o município e está sendo desenvolvido pelo renomado arquiteto gaúcho Guilherme Takeda tendo como conceito modernas concepções urbanísticas que possibilitarão à comunidade Anapolina experenciar a viabilização do que vem a ser “acupuntura urbana do espaço”. Esta conceituação tem sido utilizada por urbanistas que acreditam nas intervenções pontuais em pontos estratégicos dos centros urbanos têm a capacidade de potencializar, induzir e irradiar o desenvolvimento e a revitalização de seu entorno trazendo grandes avanços para toda a comunidade.
Esta proposta insere-se nos avanços concedidos pela Lei Federal do Estatuto da Cidade, em 2001, através, principalmente do estabelecimento de instrumentos para o pleno e efetivo desenvolvimento urbano, tais como a parceria público/privada e a gestão democrática nas decisões das políticas públicas. No primeiro caso, a parceria público/privada efetiva a necessidade de transformação do paradigma de que cabe ao gestor público o ônus de centralizador das políticas públicas. Trata-se de um mecanismo que visa à maximização da atração do capital privado para a execução de obras públicas e serviços públicos por meio de concessão, bem como para a prestação de serviços de que a Administração Pública seja usuária direta ou indireta, suprindo a escassez de recursos públicos para investimentos de curto prazo.
Em relação ao instrumento de Gestão Democrática da Cidade, vale ressaltar que este instrumento representa o princípio democrático de participação e cidadania contidas em nossa Carta Magna. Busca substituir a tendência autoritária e centralizadora das administrações por modelos de gestão do interesse público em que o papel do cidadão é valorizado como colaborador, co-gestor, prestador e fiscalizador das atividades da Administração Pública. Neste quesito esta experiência de vanguarda na Praça Bom Jesus foi viabilizada através de uma pesquisa denominada “Olhares sobre a Praça Bom Jesus” coordenada por colaboradores da área da geografia da Universidade Estadual de Goiás/Unidade Universitária de Ciências Socioeconômicas e Humanas (UEG-UnUCSEH). Esta pesquisa foi realizada no período compreendido entre os dias 22 a 30 de maio de 2009, elaborada com o objetivo de levantar informações junto à opinião pública Anapolina e colaborar na execução dos trabalhos. A pesquisa torna-se relevante à medida que considera que a história das praças é constituída através de seus usuários, de acordo com as formas e usos que os mesmos ali realizam, pois gestores públicos são como nuvens passageiras no quadro histórico caracterizado pelas intervenções urbanas, mas as conseqüências de suas intervenções se agregam indefinidamente na história do local.
De acordo com a opinião dos entrevistados ficou caracterizado que em caso de reforma da praça, os elementos que devem permanecer são: arborização, fonte luminosa, posto policial, ponto de ônibus, bancas de revistas e estacionamento público. Os elementos que devem ser retirados são: camelôs, comércio ambulante, estacionamento público, comércio dentro da praça e ponto de taxi.
Agora a bola está com o Prefeito municipal que demonstra a intenção de iniciar as obras de revitalização da Praça no início do próximo ano. Sabemos que ele terá o ônus de coordenar o projeto com os problemas que advêm de toda intervenção urbana, mas esperamos que ele tenha discernimento e sabedoria, como sempre teve, para realizá-lo, tendo em vista a manutenção do nosso patrimônio histórico representado pelo edifício do antigo Fórum. Ao mesmo tempo sabemos que o prefeito caracterizado como Guardião dos preceitos democráticos observe os desejos da comunidade representados pelo resultado da referida pesquisa e que representa o pressuposto básico a cidade enquanto patrimônio de toda a coletividade.
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Regina de Faria Brito
Presidente SINDIANÁPOLIS – www.sindianapolis.org