14/05/09 – Transparência goiás

Transparência Goiás

                    O Estado de Goiás se insere na rede internacional para que a cidadania cresça entre nós e consiga diminuir a corrupção na gestão pública e o exercício do poder em nosso país seja mais ético e mais transparente. No dia 25 de Maio entidades diversas do Estado se reuniram para formalizar a constituição da entidade “Transparência Goiás”. Já não era sem tempo, pois a Transparência Internacional foi fundada em Berlim, em 1993, onde encontra a sua sede. É uma entidade sem fins lucrativos e sem qualquer vinculação partidária, com o objetivo central de realizar pesquisa, estudos e ações que contribuam para o combate à corrupção, objetivando a promoção da transparência e da probidade na administração pública, a eficiência dos gastos públicos e a conscientização ética e democrática dos cidadãos. Com este objetivo, a criação da Transparência Internacional mobiliza coalizões entre a sociedade civil, o setor privado e os governos nos níveis nacional e internacional, afim de fortalecer os sistemas de integridade. É reconhecida como a principal organização não-governamental de luta contra a corrupção.
Partindo do pressuposto de que o exercício do poder muitas vezes, corrompe e a corrupção se instala e acontece às escuras, a Transparência Internacional todos os anos, mede o índice de corrupção na maioria dos países do mundo. É justamente a publicação destes índices de corrupção que tem motivado a criação de filiais nacionais de organizações de Transparência. O surgimento de sucursais fortalece e caminha para que a cidadania cresça entre nós, se consiga diminuir a corrupção na gestão pública e o exercício do poder em nosso país seja mais ético e mais transparente.
Pois bem, algo inusitado aconteceu na reunião com o objetivo de fundar a Transparência Goiás. Ao adentrar no auditório do CREA em Goiânia me deparei com uma pessoa que ocupou um cargo de confiança de primeiro escalão da administração Pedro Sahium. Como é do conhecimento público aquela administração primou, indubitavelmente, por colecionar uma infinidade de atos de improbidade administrativa, incluindo a cassação do referido prefeito. Desta forma, é mais do que normal sentir e expressar a incoerência em relação à participação nesse evento de uma pessoa que apoiou incondicionalmente uma administração que se caracterizou pela ausência de transparência. Após o susto inicial fiquei sabendo que essa pessoa foi convidada a integrar o movimento pela formação do TRANSPA GOIÁS em virtude de suas atuações em relação a uma ONG ambientalista. Esse fato, mais uma vez me surpreendeu, confirmando meus sentimentos em relação ao descompasso entre o discurso e a ação.
Tudo isso me levou a uma reflexão: O que efetivamente colabora para que as pessoas mudem tanto e, às vezes, radicalmente ao assumirem o poder? Pensadores diversos, em épocas históricas diferentes, observaram que o poder corrompe.  Filosofam, também, sobre o fato de conhecermos verdadeiramente uma pessoa quando lhe é dado poder. Infelizmente, em uma sociedade tão permissiva como a nossa, com uma base ética tão frágil e sob o peso da impunidade, o afrouxamento moral e ético passou a fazer parte de nosso cotidiano. Muitas vezes achamos que conhecemos as pessoas e podemos confiar em suas promessas, em alguns casos até admiramos a conduta e as posições defendidas por alguns agentes políticos, mas à medida que muitos deles galgam degraus mais elevados mudam radicalmente sua conduta e reproduzem as ações que criticavam anteriormente.
Não é meu desejo generalizar, pois existem as exceções, mas cada decepção me alerta para a necessidade de buscar alternativas, enquanto cidadã, para mudar a prática política em vigor. E é nessa realidade que surge o TRANSPA GOIÁS com objetivo de realizar, dentre outras ações, o que está coerentemente colocado no seguinte dizer de Stuart Mill: “Revelar ao mundo algo que lhe interessa profundamente e que, até então, ignorava; demonstrar-lhe que foi enganado em algum assunto vital para seus interesses temporais e espirituais é o maior serviço que um ser humano pode prestar a seus semelhantes”.

Regina de Faria Brito
Presidente SINDIANÁPOLIS – www.sindianapolis.org

Veja também

SINDIANÁPOLIS PROTOCOLA OFÍCIO COBRANDO DA ADMINISTRAÇÃO MUNICÍPIO O PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS AOS SERVIDORES DA CENTRALIZADA LOTADOS NA EDUCAÇÃO

Existe uma prática antiga na administração pública municipal alinhando o recesso de final dos servidores …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sahifa Theme License is not validated, Go to the theme options page to validate the license, You need a single license for each domain name.